Thousand miles away from myself

Cinco. Cinco dias passaram desde o último suspiro e mil pensamentos fervilham na minha mente. Nenhum. Apenas ilusão.

Cinco dias e mil pensamentos persistem como se fosse hoje menos cinco dias.

Para além de mil pensamentos, apenas mil pensamentos e nenhum. Aqui e agora, o eco de um comboio que perdi.

A thousand miles away from myself, estou eu agora, ontem e amanhã. Eu e este lugar que já não nos pertence: não é meu, não é teu. De quem o sonhar.

Hoje menos cinco dias: tu. E o teu dia foi o meu dia; os nossos dias foram iguais por instantes. Neles, nenhum pensamento; somente o teu riso, o teu abraço e a certeza da eternidade do sistema. Mentira? Ilusão.

Onde quer que estejas [in a better place ], o teu – o nosso – lugar é aqui e agora. Sou eu e tu e uma tarde inteira para ver a telenovela. Para sempre.

A., com respeito, tua.

Andreia Pinto

Celebrating Good Times

[This is kind of a message in a bottle!]

‘Cause good moments should be celebrated, here is a song that means a lot to me!!! 😀 😀 😀

Yeahhhhhhhhh 😀

António Lobo Antunes

Não consigo ler António Lobo Antunes. Já tentei, várias vezes, mas a leitura não me satisfaz, não prende. As crónicas são aborrecidas, sem sal nem açúcar. Nos livros, não passo da página 50…

Porquê?

Nunca amamos alguém

“Nunca amamos alguém.

Amamos, tão somente, a ideia que fazemos de alguém.

É a um conceito nosso – em suma, é a nós mesmos – que amamos.”

in Bernardo Soares, Livro do Desassossego

Pina Bausch (1940-2009)

Nem pessimista, nem optimista

“O pessimista queixa-se do vento,

o optimista espera que ele mude

e o realista ajusta as velas”.

W. G. Ward

Bella Luna

Uma música com sabor a encantamento…

Cem Anos de Solidão

Cem anos sem escrever no blog. Cem anos para ler Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. Este não é o meu primeiro contacto com a obra do autor. No ano passado, comecei a ler Notícia de um Sequestro, mas confesso que não tive disposição para ir até ao fim, pelo que se encontra em standby até hoje.Gabriel García Márquez

E foi justamente por isso que decidi tentar um dos mais célebres livros do Nobel da Literatura de 1982: Cien Años de Soledad. Uma leitura que se prolongou por mais de dois meses, devido à falta de tempo, mas principalmente por capricho.

Cem Anos de Solidão é um dos mais fabulosos romances que alguma vez li. Tão mágico como cada personagem que o povoa , entre tragédias e milagres, obsessões e fantasias, adultérios e incestos.

É a história de uma família cujo destino estava escrito com cem anos de antecedência. “O primeiro da estirpe está amarrado a uma árvore e o último está a ser comido pelas formigas”, ditam os pergaminhos de Melquíades.

A família Buendía é marcada por uma “engrenagem de repetições irreparáveis, uma roda giratória que teria seguido às voltas até à eternidade, não fosse o desgaste progressivo e irremediável do eixo”, nas palavras da personagem Pilar Ternera.

A leitura é fácil e o vocabulário simplissíssimo. Porque as palavras de García Márquez são instrumentos  para transmitir ideias que nos causam insónias. Este romance não é para ler, é para meditar.

Andreia Pinto

Blog de Ouro

Flicka, muito obrigada por este prémio!

As regras são as seguintes:

– copiar o prémio e colocar no blogue
– fazer referência do nome de quem atribuíu o prémio e colocar no blogue
– presentear seis mulheres cujos blogues sejam uma inspiração para si
– deixar um comentário nesses blogues para que saibam que receberam o prémio

Os meus blogues nomeados são:

Sambambaia Psicótica

Propostas Literárias

Segredos aos Pedaços

Poetriz

Constelação das Letras

A Vida num Sopro

O novo romance de José Rodrigues dos Santos proporciona uma magnífica viagem até aos difíceis anos 30. Num Portugal conservador, Amélia e Luís, dois adolescentes apaixonados, sofrem uma terrrível separação que para sempre marcará as suas vidas. Amélia é obrigada a mudar de cidade e casar com outro homem, enquanto Luís vai para a capital estudar medicina veterinária.

As circunstâncias levam Luís a entrar na carreira militar e a mudar-se para Penafiel, onde reside Amélia com os filhos e o marido. Luís casa com Joana (irmã de Amélia), mas o seu coração continua a bater pela sua menina dos olhos cor de mel.

Sem conseguirem resistir ao amor que os une, Amélia e Luís entregam-se aos braços um do outro. Mas esta relação adúltera levará a um assassinato… Tudo se prepara para um fim trágico.

Na minha opinião, este é o melhor romance de Rodrigues dos Santos. Li o livro em dois dias, de tal forma estava seduzida pelo enredo. Depois da leitura, acho que passei a valorizar ainda mais a LIBERDADE! Porque posso ter as ideias políticas que bem entender (sem uma Polícia de Vigilância e Defesa do Estado que me persiga); a minha família não ditará a minha vida, etc. etc. Muitas vezes nos esquecemos de como o salazarismo limitou muitas vidas…

Um bom livro é aquele que tem a capacidade de nos fazer reflectir, comparar ideias, rever ideais. A Vida num Sopro é um bom livro. José Rodrigues dos Santos revela a sua maturidade literária.

Andreia Pinto

P.S. Deixo aqui um agradecimento ao autor do livro por não ter “inventado” um Tomás Noronha para A Vida num Sopro. (Sou da opinião de que foi a pior personagem que Rodrigues dos Santos criou).

O teu sorriso

Se eu fosse as teclas do piano

esse teu olhar seria uma melodia incabada,

uma balada para sempre secreta.

E o teu sorriso a esperança de chegar

mais perto de ti.

Se eu fosse uma rua,

os teus olhos seriam janelas de primeiro andar,

abertas,

sem nunca as poder alcançar.

E os teus lábios sedosos raios de sol

que iluminam a estrada.

Se o teu sorriso não engana,

é por ti que vive a chama

de uns olhos que nunca te viram.

Andreia Pinto

Confundir a Cidade com o Mar

“Em Confundir a Cidade com o Mar, Richard Zimler aborda temas muito diversos, centrando-se sempre nas relações humanas e nos sentimentos que atravessam gerações e que, num dado momento, mudam para sempre o rumo da vida dos intervenientes. Num registo muito diferente dos romances a que o autor já nos habituou, os 16 contos, que nos levam da Europa aos Estados Unidos, da Argentina ao Brasil, dos anos 50 à actualidade, abordam questões tão pungentes e controversas como o racismo, a homossexualidade, a emigração e a dificuldade de relacionamento entre as pessoas.

Por vezes escritos com uma crueza quase chocante, estes contos levam-nos a uma reflexão sobre a essência do ser humano e de como as situações que se nos deparam podem alterar irremediavelmente a forma como olhamos o mundo.”

Fonte: Fnac

Capas de Breaking Dawn


Qual é a melhor capa? Dêem a vossa opiniao! E se tiverem outras, partilhem!

Breaking Dawn

Será que Bella se vai transformar? Como se resolve a relaçao Edward-Bella-Jacob?

O último livro da saga de Stephenie Meyer nao me surpreendeu, tal como, de certa forma, eu já esperava. Bella casou com Edward e, por incrível que pareça, ficou grávida na lua-de-mel. Muito ao estilo de telenovela ou conto de fadas! Mas nem tudo corre bem na sua gravidez-relâmpago e há quem nao queira esse nascimento.

A bebé, Renesmee, acaba por trazer à estória alguma vitalidade. É que, com as suas características humano-vampíricas, cativa quem se lhe aproxime, inclusive Jacob Black. Apesar de nao ser uma das temíveis “crianças imortais”, há motivos para os Volturi chegarem de Itália…

O fim é óbvio…Para variar! 🙂 Penso que falta uma caracterizaçao mais completa das personagens, que me parecem muito planas e até mecânicas (defeito que estendo a toda a saga). De resto, o livro é melhor do que os dois anteriores e além disso lê-se muito bem.

Andreia Pinto

O Inocente, de Ian McEwan

Anos 50, Guerra Fria. O jovem Leonard Marnham é um técnico de telecomunicaçoes do Governo britânico. Enviado para Berlim Ocidental, o inglês integra uma operaçao secreta – a Operaçao de Ouro -,envolvendo os governos britânico e norte-americano (facto histórico). O objectivo era escavar um túnel em terreno soviético para escutar as principais linhas de comunicaçao do Leste europeu. Mas nem tudo correu bem.

Berlim, uma cidade destruída pela guerra, é palco das aventuras de Leonard, que encontra a primeira experiência amorosa com a alema Maria Eckdorf. E é precisamente com a sua companheira que Leonard acaba por cometer um crime que irá atormentar as suas vidas.

O Inocente, de Ian McEwan lê-se rápido e fluentemente. Gostei especialmente do retrato histórico das relaçoes diplomáticas nem sempre claras entre dois países aliados.

É uma boa leitura para quem, como eu, se interessa pela história da Guerra Fria. É também agradável para quem gosta de explorar os meandros da mente humana.

Andreia Pinto

Castelo de Warwick

by HarryWells

Na silly season há pouco tempo para escrever no blog… Mas fica aqui esta bonita fotografia do Rose Garden, no Castelo de Warwick, local que adorei visitar há uns anos.

A Paixão de Artemísia

Baseado na verdadeira história de Artemísia (1593-1653), a primeira mulher admitida na Academia de Artes de Florença, este livro de Susan Vreeland é quase como uma pintura.

Com o seu pincel, Artemísia conta-nos a história da sua vida, desde que foi violada, aos 17 anos, pelo professor de pintura. O caso é levado a tribunal pelo seu pai, o pintor Orazio Gentileschi, e é nesse mesmo local que Artemísia é submetida a um teste humilhante para comprovar a perda da sua virgindade:

Sentei-me na ponta da mesa. Inexpressiva, a parteira mais velha gesticulou para que me deitasse e dobrasse os joelhos. Parecia que os ossos das pernas derretiam. A mais nova mergulhou os dedos em gordura animal rançosa e mal cheirosa, levantando-me em seguida a saia.”

Casada por conveniência com um pintor pouco conhecido, Artemísia deixa Roma e vai morar para Florença, a cidade das artes. Mas o seu marido não consegue superar o talento artístico de Artemísia e assim surge a inveja e, com ela, os problemas.

Mas mesmo com o nascimento da sua filha, Artemísia não deixa de pintar nem de procurar reconhecimento pelo seu trabalho, conseguindo o patronato dos Medici… Até que é finalmente admitida na Accademia dell’Arte del Disegno. “Ainda bem que sou mulher… Se fosse homem, seria muito fácil ganhar a vida a pintar.”

Esta obra de ficção mostra a complexidade de uma personalidade histórica que “irrompeu no Renascimento com todo o drama de uma ópera italiana.” O livro mergulha bem fundo na pintura, mostrando técnicas e materiais, trazendo grandes nomes e obras de arte. Vreeland revela-se grande conhecedora de arte: nao falta sequer a alusão ao grande livro de Cèsare Ripa, Iconologia.

É uma leitura enriquecedora, tanto para aqueles que têm conhecimentos na pintura como para aqueles que simplesmente apreciam uma boa tela. Susan Vreeland torna a narrativa muito expressiva sobretudo através de uma grande riqueza imagética. A componente visual está para A Paixão de Artemísia assim como a riqueza olfactiva está para O Perfume, de Patrik Süskind.

“- Temos tido sorte, – disse eu. – Temos conseguido viver daquilo que amamos. E viver a pintar, como nós vivemos, onde quer que estivéssemos, é viver a paixão, a imaginação, a ligação e a adoração, o melhor da vida – estar mais vivo do que os outros.”

Andreia Pinto

Breaking Dawn

Foi ontem lançado nos EUA o quarto livro da saga Twilight de Stephenie Meyer.

Bella: “Should I be afraid?”
Edward: “Terrified.”

O pequeno farol

Para onde vamos?

“Por que corremos

e avançamos

com os olhos fitos

na ausência de um lugar

ou num infinito

sempre adiado?”

Paula Margarida Pinho, in Sistema Solar

Tributo à PMP, cujas palavras estão sempre presentes.

photo by cageybee_47

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